O que é um Columbário

Descubra o que é um columbário, sua ligação com tradições espirituais e por que ele tem se tornado uma escolha cada vez mais presente no Brasil.

6/17/20252 min read

Uma alternativa de memorial ao cemitério convencional

À medida que os rituais de despedida se transformam, cresce a busca por formas mais sensíveis e conscientes de lidar com o fim da vida.
O columbário surge como uma dessas escolhas — um espaço sereno para a guarda das urnas funerárias, onde as cinzas da cremação podem ser visitadas com reverência, em gestos de lembrança e culto aos antepassados.

O que é um columbário?

Um columbário é um espaço especialmente projetado para a guarda de urnas de cinzas provenientes da cremação. Essas urnas são acomodadas em nichos cinerários — discretos, organizados e acessíveis — para que familiares e pessoas queridas possam visitar, lembrar e reverenciar, em um gesto de homenagem pós-cremação.

A palavra vem do latim columbarium, em referência à semelhança com antigos pombais, compostos por pequenas cavidades alinhadas — estrutura que foi adaptada à arquitetura memorial voltada à guarda das cinzas.

Do Oriente ao Ocidente, o costume milenar da cremação

A cremação é uma prática ancestral. Registros apontam sua presença em rituais fúnebres desde 3.000 a.C., entre povos da Europa, da Ásia Central e do Mediterrâneo.

Na Roma Antiga, columbários subterrâneos eram comuns e usados tanto por famílias abastadas quanto por coletivos — locais de memória compartilhada.

Nas tradições dármicas (como hinduísmo, budismo e xintoísmo), a cremação sempre teve profundo valor espiritual. No hinduísmo, simboliza a liberação da alma (moksha) rumo a um novo ciclo. No budismo, representa a impermanência da forma e o desapego como parte da jornada. No xintoísmo japonês, é uma prática de purificação e devolução do corpo ao estado elemental (fumaça e cinza).

Já em tradições abraâmicas como o cristianismo e o judaísmo, a cremação foi historicamente evitada. A crença na ressurreição corporal moldou séculos de enterros tradicionais. Apenas em 1963 a Igreja Católica passou a permitir a cremação. O espiritismo a aceita com recomendações de tempo mínimo. No islamismo e no judaísmo ortodoxo, a prática ainda é tradicionalmente rejeitada.

A cada dia, mais pessoas optam pela cremação como forma de despedida. O columbário surge como um espaço onde não apenas se guardam as cinzas, mas onde também se preservam as memórias.